terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Soul aplicado ao cinema


(Alan Parker, 1991, UK)

Originalmente, foi uma versão secular da música gospel. O soul era a principal forma de black music dos anos 1960 e 1970. No princípio era considerado pelos músicos de jazz como sinônimo de música autêntica e sincera. Durante sua evolução nos anos 1960, o soul representou uma fusão entre o estilo de canto gospel e os ritmos funk. Nos anos de 1950, usou-se o termo funk para designar uma forma de jazz moderno, que se concentrava no “suingue”; nos 1960, designou tanto o rhythm ‘n’ blues como a música soul, principalmente as gravações de James Brown, o “Soul Brother Number One”.

Muitas vezes uma forma de balada, o gênero tinha como tema central o amor. A música soul identificou-se intimamente com diversas gravadoras independentes: Atlantic, Stax/Volt e Motown; cada uma com sua equipe de intérpretes e um som identificável, associadas a uma localização geográfica e um cenário musical, como Detroit, Filadélfia, ou os estados sulistas dos Estados Unidos. A música soul foi importante politicamente durante os anos de 1960, paralelamente ao movimento dos direitos civis. Entre os cantores de destaque, incluíam-se, nos anos de 1950, Sam Cooke e Jack Wilson; nos anos de 1960, Bobby Bland, Aretha Franklin, Otis Redding e Percy Sledge, cujo single “When a Man Loves a Woman”, de 1966, foi a primeira gravação soul sulista a cruzar estilos e atingir simultaneamente o topo das paradas de sucessos de rhythm ‘n’ blues e pop.

No final dos anos de 1970, a música soul deixou de ser um gênero identificável, send absorvida gradualmente por diversas formas híbridas de black music e dance music. Porém, seus principais intérpretes e discos ainda possuem um número considerável de admiradores, como indicou a venda dos álbuns de compilações da música soul e o sucesso internacional do filme The Commitments (Alan Parker, 1991), com sua trilha sonora de covers da música Soul.

Fonte: Vocabulário de Música Pop, Roy Shuker, Editora Hedra (1999)

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